Crónica das Recordações
Sinto saudades. As palavras surgem como uma brisa suave, trazendo ao meu coração as memórias da minha avó, uma mulher cuja presença era um abrigo e cujos sabores eram um abraço caloroso. Lembro-me, com um amor nostálgico, das intermináveis tardes em que ela preparava a saudosa sopa de feijão, um prato que, para mim, era tão reconfortante quanto um cobertor em dias de frio. O cheiro convidativo que saía da cozinha era um sinal de que tudo ficaria bem. Naqueles tempos despreocupados da infância, correr pelos campos era uma aventura cheia de promessas. Eu e os meus amigos caçávamos pirilampos sob o manto do céu estrelado, fascinados pela magia efémera das suas luzes. Brincadeiras que fluíam como o vento e um simples jogo de dominó proposto pelo avô depois do café poderia fazer um dia inteiro parecer um instante. Essas memórias, constantemente renovadas, têm o poder de nos transportar de volta à luz daquela infância destemida. Nos tempos de escola, a vida era um mosaico de ch...